Mesmo diante do avanço da pandemia de Covid-19 em todas as regiões brasileiras, governos de pelo menos dez estados preveem o retorno de aulas presenciais a partir do próximo mês com algum tipo de reforço e distanciamento entre os alunos. Outros seis estados, incluindo o Distrito Federal, só vão começar em março.
Desses que retomam as atividades já em fevereiro, cinco — São Paulo, Ceará, Paraná, Maranhão e Acre — devem adotar o modelo híbrido de ensino, que mescla aulas online e presenciais.
No Amazonas, a retomada das aulas na rede particular está prevista para 1º de fevereiro. A diarista Marilene Queiroz, 57, trabalha em duas casas diferentes, ambas com adolescentes em escolas particulares, e teme “levar” a doença para os netos, de 7 e 11 anos, alunos da rede pública estadual em Manaus e sem previsão de volta às aulas.
“As aulas só deviam voltar depois que todo mundo estiver vacinado porque Manaus tá de um jeito que, se a gente ficar doente, não sabe se vai ter leito nem oxigênio, então dá um medo, sim. Por outro lado, é mais um ano que eles vão perder”, diz.
Para o pesquisador da Fiocruz Jesem Orellana, a retomada das aulas na rede pública foi um dos fatores que contribuiu para o início da chamada segunda onda de contaminação da Covid-19 em Manaus, que começou a crescer entre agosto e setembro e atingiu o pico no dia 14 de janeiro, quando o sistema de saúde colapsou.
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