14/03/2023

Se o MEC confirmar o caminho de revisão sem revogação da reforma, precisará dar respostas satisfatórias à sociedade sobre como pretende resolver esses e outros problemas identificados. Entre tantos cuidados, num país viciado em desigualdade, nunca pode ser desprezado o risco de mudanças que busquem ampliar opções resultarem em aprofundamento do problema, por falhas no desenho ou em sua implementação.

Mas o caminho da revogação tampouco é simples. Além de vencer ou convencer MEC e secretários de educação de que essa é a melhor opção, as mudanças precisariam passar pelo Congresso. Como os partidos de esquerda – mesmo se coesos – são minoritários, seria necessário contar com votos de parlamentares de legendas como o PSD, PSDB, Podemos, além do MDB de Michel Temer e do União Brasil de Mendonça Filho, ministro da educação no ano da MP enviada ao Congresso. E ainda precisaremos aprofundar o debate sobre o que colocar no lugar.

Por Antonio Góis, em O Globo 13/03  http://glo.bo/3yCj2TT