01/11/2022

No curto prazo, recuperar a aprendizagem perdida por causa da pandemia e trazer de volta alunos que abandonaram a escola são tarefas prioritárias. Mas para isso não existe plano mirabolante ou coelho a ser tirado da cartola do MEC. Sendo os municípios e estados responsáveis por 82% das matrículas na educação básica (outros 17% estão na rede privada e apenas 1% em escolas federais), não há outro caminho que não seja o de articular e ampliar o apoio às secretarias municipais e estaduais. Isso vai exigir muita disposição para diálogo, convencimento e competência técnica, no que o governo Bolsonaro deixou a desejar.

O parâmetro baixo de comparação com a gestão anterior, porém, não significa que a vida do novo governo será fácil. Pelo contrário. Uma lista de outros problemas urgentes — e dos mais variados — espera a nova equipe que assumirá o MEC em 1º de janeiro. Entre eles estão a recomposição do orçamento para investimento em todas as áreas, das creches às universidades, reajuste de bolsas de pós-graduação, ampliação do banco de questões do Enem, além de decisões importantes sobre os rumos de políticas como a de alfabetização, elaborada na gestão Bolsonaro, ou a reforma do Ensino Médio, aprovada na de Temer e já em processo de implementação nos estados.

Por Antonio Gois, O Globo, 31/10  http://glo.bo/3Wik8yJ