01/03/2023
Folha de S. Paulo  28/02
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Criado para simbolizar a luta histórica das mulheres por igualdade, o dia 08 de março precisa ser, necessariamente, uma data para refletirmos sobre os motivos pelos quais seguimos lutando, desde a desigualdade salarial até o machismo e a violência.

Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) revelou que cerca de 9 milhões de meninas em idade escolar nunca terão a chance de frequentar a escola, em comparação com cerca de 3 milhões de meninos. Desse total, mais de 4 milhões vivem na África Subsaariana. Um outro estudo de 2020, feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revelou que 30% das meninas mais pobres do mundo, entre 10 e 19 anos, nunca frequentaram a escola.

Esse triste cenário revela o que já esperávamos: a educação não é um direito que atinge todas as pessoas, mas um privilégio, muitas vezes, alcançável apenas para pessoas de determinado gênero e cor. Essa discrepância entre homens e mulheres que conseguem ter acesso à educação é proposital – na realidade, um projeto político – já que, historicamente, meninas e mulheres encontraram diversas barreiras para conseguir estudar e, durante muitos anos, foram proibidas de frequentar a sala de aula, sendo destinadas apenas ao casamento e à maternidade.

Transformar a realidade das meninas e mulheres do mundo inteiro é possível, mas, para isso, a sociedade inteira precisa estar preparada e envolvida com essa causa.