07/07/2020

Em meio a uma crise sanitária que forçou estudantes de todo o Brasil a ficarem em casa, as cadeiras de titular dos ministérios da Educação e da Saúde, duas áreas prioritárias, continuam vazias. Após as demissões de Abraham Weintraub e de Carlos Decotelli, multiplicam-se nomes para ocupar o MEC e os desafios para garantir as aulas remotas e o retorno seguro à escola.

Em meio a uma crise sanitária grave, com impactos na aprendizagem, o Brasil não tem ministro da Educação. Qual seria o papel do chefe da pasta nesse momento?

Costin: O principal papel de um ministro da Educação em um país federativo como o nosso é coordenar a política nacional de educação, o que quer dizer, em uma crise tão forte como a que estamos vivendo agora, com crianças e jovens fora da escola por mais de três meses, coordenar a resposta educacional à covid. Infelizmente o MEC tem sido bastante ausente nesse processo todo. Ele tem tomado uma providência ou outra, mas por pressão dos entes federais, como Estados e municípios. E quando a gente pensa que tem muito município com estrutura pequena, capacidade de resposta limitada, o MEC teria de ter desempenhado um papel importante na aprendizagem em casa, em criar as condições, na questão do calendário escolar. E só sob muita pressão eles acabaram fazendo alguma coisa. E também nas universidades. Só depois, no fim do primeiro semestre, é que deram alguma orientação para no segundo semestre fazer a EAD (educação a distância).

Estadão https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,mec-nao-assume-o-papel-de-coordenar-a-resposta-educacional-a-covid,70003355717