03/05/2021

O Senado vai votar o projeto de lei (PL 5.595/2020) que libera a educação presencial e força o retorno às aulas presenciais. De autoria das deputadas federais Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Adriana Ventura (Novo-SP), o texto declara a educação básica e superior da rede pública e privada de ensino como atividade essencial durante a pandemia.

Por trás da campanha pela reabertura está um lobby que poucos conhecem a fundo. Trata-se do Movimento Escolas Abertas, formado por mães de alunos de colégios de elite de São Paulo.

Surgiu a partir de um grupo no WhatsApp de mães de alunos da Saint Paul’s School, com mensalidades de até R$ 8.500. Entre os 22 autores da ação, há mães e pais de estudantes de outros colégios caríssimos, entre eles Porto Seguro, Avenues, Miguel de Cervantes, Chapel School, Santa Cruz, Viva, Gracinha, Pentágono, Móbile e Dante Alighieri.

Com base em artigos de grandes jornais, elas argumentam que crianças e adolescentes, além de não transmitirem a covid-19 da mesma forma que os adultos, estão adoecendo por não frequentarem a escola.

Elas haviam conseguido o que queriam. O resultado: em 15 fevereiro, duas semanas após a reabertura em SP, 329 casos de covid-19 foram confirmados entre professores e outros trabalhadores da educação estadual, em 186 escolas públicas, segundo levantamento da Apeoesp.

Em colégios particulares como Móbile, Santa Cruz, São Luís e Santa Marcelina, não foi diferente. Dezenas de estudantes, professores e funcionários testaram positivo para o vírus nesse período, suspendendo as aulas novamente.

Segundo o educador Daniel Cara, o grupo acredita que os colégios “não são espaços de educação, mas estabelecimentos que prestam serviços aos seus filhos. Querem que a escola deixe de ser um equipamento pedagógico para se tornar simplesmente um espaço de convivência e lazer”, diz.

Rede Brasil Atual; 29/04
https://bit.ly/3xAXtkK