14/12/2017

Publicado originalmente pela Fepesp

O reconhecimento de que não teria votos para aprovar a infame reforma da Previdência na Câmara Federal obrigou os aliados do governo adiar o assunto para o ano que vem. O governo jogou todas as suas fichas mas fracassou. E fracassou porque os deputados sentiram nossa reação, temeram nossa contrariedade e tem medo do resultado eleitoral em 2018 para os que votarem a favor do ataque à aposentadoria de quem trabalhou toda a vida.

Até o início da tarde desta quarta-feira, dia 13, o governo ainda afirmava que votaria a reforma ainda este ano e, a portas fechadas, contava os votos que poderia ter entre seus aliados. A conta não fechava e, no final da tarde, o líder do governo no Senado, Romero Jucá jogou a toalha, revelou que a reforma não entraria em pauta antes de fevereiro de 2018 e armou a confusão entre a presidência da Câmara Federal e os ministros do governo, ainda com esperança de convencer deputados sabe-se lá por que meios de incentivo.

Nós resistimos à proposta de reforma da previdência com a mobilização de 15 de março, a greve geral de 28 de abril, as denuncias repetidas em nossas reuniões, publicações e na TV Fepesp. Montamos a lista de ‘Marcação Voto a Voto’, com o nome, email e voto de cada deputado federal, para a cobrança nas eleições de 2018, avisando: quem votar contra nós não terá nosso voto. Acompanhamos a aliança de todas as centrais sindicais contra a reforma. Ameaçamos parar em 5 de novembro, na véspera de uma votação anunciada no Congresso que acabou não se realizando em função da grita geral.

Nossa resistência continua. O adiamento da votação da reforma deve ser entendida como uma vitória das professoras, professores, auxiliares, e de todos os trabalhadores empenhados em uma vida digna e com amparo na velhice.