31/05/2022

Nesta entrevista, a professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE/Unicamp) Luciane Barbosa (foto), uma das organizadoras do dossiê ‘Homeschooling e o direito à educação’, fala sobre o projeto de lei 3.179/2012, que regulamenta a prática da educação domiciliar, ou homeschooling, no Brasil. O projeto foi aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados e segue para análise do Senado. Para a pesquisadora, sua aprovação pode significar a transferência de recursos e de esforços do Estado que deveriam ser destinados para a escola pública para atender e fiscalizar uma prática acessível apenas para parcelas mais ricas da população.

P- Uma outra frente de críticas que vinha sendo apontada a esse projeto era com relação à importância da escola no processo de socialização das crianças. Esse projeto contempla de alguma forma essa preocupação, na sua visão?

‘Eu penso que esse argumento da socialização é o que a gente precisa prestar bastante atenção e aprofundar as reflexões. E sinto que os que defendem a escola têm perdido um pouco nesse debate. Por quê? Porque as pesquisas internacionais sobre educação domiciliar já revelam que a questão da socialização não é um problema necessariamente no homeschooling. E é também por isso que a discussão do fator classe é a que mais se sobressai aqui no Brasil, pois essas crianças da educação domiciliar já estariam na escola privada se não estivessem sendo ensinadas em casa’.

Racismo Ambiental; 30/05
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