12/05/2021
Por Cecilia Machado, professora da Escola de Economia da FGV: “É bastante infeliz (e preconceituoso) associar o baixo custo-efetividade do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) às características da população —em geral, baixa renda— que utiliza esse financiamento para ter acesso ao ensino superior em instituições privadas.Afinal, deve mesmo ser papel do governo atuar no crédito estudantil para corrigir falhas de mercado quando os benefícios —privados, via retornos salariais, e públicos, via externalidades para a sociedade— são claros.

É fundamental que esse processo de financiamento público se transforme, de forma eficiente, em melhores oportunidades para seus beneficiários, e isso só será alcançado com controle de qualidade dos provedores de serviço e exaustiva análise de custo-benefício.

Muitos avanços vêm ocorrendo nas sucessivas reformulações do Fies, mas é evidente que o programa ainda precisa de mais aperfeiçoamento, avaliação e escrutínio. Um diagnóstico impreciso e uma fala inoportuna não podem nos fazer esquecer os muitos equívocos desse programa de financiamento estudantil.

Folha de S. Paulo; 12/05
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