12/04/2022

Quatro anos se passaram desde que os brasileiros viveram o ano eleitoral de 2018, marcado por uma profunda divisão social tanto sobre valores ideológicos e projetos para o país quanto sobre os próprios fatos, distorcidos por notícias falsas transmitidas massivamente pelas redes sociais.

Tudo indica que a proximidade da eleição de 2022 fará voltar a frustração decorrente da dificuldade de dialogar com amigos e familiares em campos diferentes do espectro político, especialmente nas redes sociais. Com a enxurrada de informações em uma campanha que novamente se dará em grande parte no ambiente digital, voltam também dúvidas sobre como lidar com desinformação e discursos extremistas.

A busca por quem está disposto a ouvir – Uma das principais dúvidas entre eleitores é como lidar com pessoas com opiniões extremas e que não se mostram dispostas a dialogar, bem como o que fazer com postagens que amplificam essas ideias. Isabele Mitozo, professora de comunicação da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) relata ao Nexo que, na pesquisa que desenvolve desde 2018 sobre o uso do WhatsApp e eleições, nunca encontrou nos grupos políticos “um link sequer que fosse de agências de checagens de fatos”. “Isso é um sintoma importante do quanto as bolhas funcionam no bloqueio a esse tipo de conteúdo”, disse ela, destacando que as pessoas mais radicalizadas se sentem confortáveis nesses ambientes e preferem acreditar no que circula dentro deles.

Sobre essas barreiras à comunicação com determinados grupos, Tardáguila explica que o objetivo dos checadores de notícias não é corrigir os extremos, mas sim informar “quem ainda escuta”. O critério pode ser válido também para o eleitor que tenta apresentar argumentos a amigos ou parentes.

Nexo; 11/04
https://bit.ly/3LSZX4m