12/11/2015

Entidades sindicais de diversos estados reuniram-se em São Paulo, dia 10/11, para discutir a atuação e as irregularidades praticadas pelas instituições de ensino superior controladas por grandes grupos econômicos que atuam em escala nacional ou regional. O encontro foi promovido pelo Sinpro-SP.

Ao final do evento, foi criada uma comissão executiva para dar andamento a alguns trabalhos, como a criação de um banco de ações e decisões judiciais e um levantamento de temas prioritários, como remuneração do trabalho docente, o trabalho a distância e o enquadramento dos tutores.

Durante o encontro foram apresentados estudos que vêm sendo desenvolvidos pelo Sinpro dos Professores de São Paulo. Entre eles, um documento que analisa as causas e as consequências dessa expansão e um levantamento que inclui a distribuição geográfica e a extensão das principais empresas e as entidades sindicais que representam os professores e demais trabalhadores nessas instituições de ensino.

Foi apresentado ainda um estudo encomendado pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) que analisou os resultados financeiros dos quatro grupos de capital aberto – Kroton-Anhanguera, Anima, Ser e Estácio. O resultado apontou que, entre 2010 e 2011, a participação dos salários na receita líquida dessas empresas caiu de 45% para 35% entre 2010 e 2014.

Iniciativas

O fato é que a presença de grandes grupo econômicos têm produzido uma reorganização no ensino superior que associa concentração econômica e dispersão geográfica do capital. Impõem também um padrão agressivo de competitividade e um modelo de gestão baseado na redução de custos, com superlotação de classes, redução de carga horária e superexploração da força de trabalho.

Essas mudanças têm preocupado entidades sindicais de todo o país e produzido iniciativas importantes. O encontro de São Paulo, por exemplo, foi precedido por um outro, em agosto, no Rio Grande do Sul. Em setembro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) promoveu um seminário internacional sobre a privatização da educação. A Fepesp está finalizando um estudo comparativo das convenções coletivas de todo o país.

Fonte: Sinpro SP