13/05/2022

O que os estudiosos explicam é que o valor da democracia, o funcionamento da política e as expressões da cidadania não são conhecimentos naturalmente adquiridos. Esses saberes dependem de investimento permanente da sociedade na formação dos jovens.

— As crianças não são criadas em um ambiente politizado, e se espera que aos 16 anos tirem o título de eleitor e votem. A escola tem um papel crucial nesse processo. Os professores precisam se empoderar. A escola precisa funcionar como um espaço de liberdade controlada onde as coisas possam ser discutidas — diz a psicanalista Aline Santos e Silva.

Aumentar a capacidade crítica dos alunos depende de uma educação menos conteudista e mais preocupada em formar cidadãos.

A afirmação é da diretora do Centro em Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Claudia Costin, que defende salas de aula com professores abertos às diferentes ideias dos alunos e sem margem para a censura reivindicada hoje por alguns grupos políticos.

— Sem dúvida há grupos atuando para evitar o debate em sala de aula. É importante pensar que, se por um lado, o professor apresentar uma verdade como única é errado, também é errado não discutir os temas. As direções de escolas devem evitar censurar professores — afirma Claudia, que também é professora visitante em Harvard (EUA).

Zero Hora; 12/05
https://bit.ly/3w8MwZ0