17/06/2021

O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou na quarta-feira (16) que decidiu aumentar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual. É a terceira decisão consecutiva de alta da taxa básica de juros, que chega a 4,25% ao ano.

O novo ciclo de alta da taxa de juros ocorre em um contexto de retomada da atividade econômica após o choque da chegada da pandemia de covid-19 em 2020. Além disso, o momento é de alta dos preços: a inflação acumulada em 12 meses até junho de 2021 foi de pouco mais de 8%, maior nível desde o segundo semestre de 2016.

A decisão do Banco Central está ligada ao movimento de alta inflacionária. Neste texto, o Nexo detalha essa escalada dos preços e conversa com economistas para entender se a Selic mais alta será capaz de conter a inflação.

 

Os juros e a alta da inflação em 2021 – A taxa Selic serve de referência para a definição dos juros cobrados pelos bancos em empréstimos, o retorno de títulos do Tesouro e até o rendimento da caderneta de poupança.

A Selic é o principal instrumento da política monetária do Banco Central, cujo objetivo central é o controle da inflação. Desde 1999, o Brasil adota um regime de metas de inflação. O Banco Central estipula metas para a variação de preços em um ano, com uma margem para mais e outra para menos – as chamadas bandas. Ele age para manter a inflação dentro desse objetivo, usando a taxa de juros como instrumento. Se a inflação está alta, o Banco Central aumenta os juros; se a inflação está baixa, há espaço para reduzir a Selic.

Em 2021, o centro da meta da inflação é de 3,75% ao ano. Considerando as bandas, os preços podem variar de 2,25% ao ano (piso da meta) a 5,25% ao ano (teto da meta). Em maio de 2021 – mês com dados mais recentes divulgados –, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 8,06%, acima do teto da meta. É o que mostra o gráfico acima.

Nexo; 16/06
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