23/11/2021

Reunir e preservar todos os livros que já foram censurados, proibidos ou queimados em algum momento da história. Com essa ideia, o cineasta escocês Joseph Maximillian Dunnigan criou o Banned Books Museum (ou Museu dos Livros Banidos, em tradução livre), localizado na Estônia.

Um exemplo de censura é “Ulisses”, de James Joyce. Publicado na década de 1920, o livro foi banido dos Estados Unidos por conta do teor sexual presente na obra. A censura durou cerca de 10 anos, tendo seu fim oficial em 1933. O autor chinês Ma Jian, por sua vez, é um exemplo contemporâneo de censura – todos os seus livros estão banidos na China.

De acordo com Dunnigan, para além de construir um acervo de livros que já foram censurados em diferentes lugares do mundo, o museu tem como intuito gerar uma reflexão em torno dos conceitos de liberdade de expressão e de troca de ideias de forma livre.

Além de promover o acesso do público às criações literárias, o museu disponibiliza pesquisas e publicações jornalísticas sobre as obras censuradas. Assim, os visitantes podem refletir sobre o contexto histórico em que as obras estavam inseridas e o que levou os governos a banirem essas produções.

A visita ao local só pode ser feita presencialmente. No entanto, no site do museu o usuário encontra um podcast apresentado por Dunnigan sobre o tema.

Exemplos do acervo:

OS HINDUS: UMA HISTÓRIA ALTERNATIVA (WENDY DONIGER) – Publicado em 2009 por uma professora de história da religião da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o livro foi banido na Índia em 2014 primeiramente por conta de sua capa, que expõe a deusa Krishna nua.

PSICOLOGIA DE MASSAS DO FASCISMO (WILHELM REICH) – Lançado em 1933, o livro foi escrito por um psicanalista marxista nascido na Áustria. Na obra, com a ajuda da teoria da psicanálise, o autor argumenta que os fascistas chegaram ao poder, entre outras coisas, utilizando-se da repressão sexual.

O CONTO DA AIA (MARGARET ATWOOD) – A obra canadense, que foi publicada pela primeira vez em 1985, conta a história de uma sociedade americana que teve seu sistema político derrubado e substituído por um governo teocrata fundamentalista cristão.

Nexo; 23/11
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