04/12/2020

Por Josias de Souza

“Desde que Milton Ribeiro chegou à Esplanada, tem-se a sensação de que o Nada despacha no principal gabinete do Ministério da Educação. Tenta-se alcançar o ministro com os olhos. Tenta-se enxergá-lo em seu assento. Inútil. O olhar atravessa o Nada e vai bater no couro do espaldar da poltrona.

Desejava-se um ministro menos espalhafatoso do que Abraham Weintraub. Mas Jair Bolsonaro exagerou. Agora, só de raro em raro o ministro da Educação abandona sua invisibilidade. Ressurge em grande estilo, como se desejasse provar que existe.

No mundo real, há um país por fazer. Esse país clama por qualificação e produtividade. Coisas que não serão obtidas senão com uma educação de excelência. Mas o governo está preocupado com seus fantasmas ideológicos, com a camisinha, com a orientação sexual dos alunos e com a maquiagem da história.

Esse cenário se ajusta à célebre metáfora de Hegel, sobre a “Coruja de Minerva que só voa quando o crepúsculo chega”, significando que só podemos entender o tempo em que vivemos quando ele já tiver se esgotado.

Mantido o cenário atual, em que o ministro da Educação imagina que pode mandar abrir universidades na pandemia sem conversar com os reitores, a compreensão só virá quando já for tarde demais. Sob Bolsonaro, o MEC enferrujou”.

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