30/03/2022

O investimento em ciência e educação deve ser contínuo e não depender de ações específicas do governo ou do partido no poder. Cortes na área e a interrupção abrupta de programas de internacionalização são alguns dos pontos que atrapalham o avanço do país, de acordo com a biomédica Helena Nader.

Professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela foi eleita na manhã desta terça (29) presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) —é a primeira mulher a ocupar o cargo nos 106 anos da instituição.

Como presidente, Nader afirma que quer reconstruir a educação brasileira, desde o ensino pré-escolar até o superior.

“Precisamos de uma revolução na educação que começa na pré-escola e vai até a pós-graduação. É preciso recuperar o pensar crítico e incentivar as crianças a pensarem desde uma idade muito jovem”, avalia a cientista.

Além disso, a atual fuga de cérebros de pesquisadores brasileiros, processo em que pessoas altamente qualificadas com pós-graduação buscam oportunidades no exterior, preocupa por também ter matizes internas. “Não é só a fuga para o exterior que me preocupa, mas dentro do próprio país vejo muitos jovens recém-formados que deixam de buscar a pós-graduação, estão perdidos”, diz.

Folha de S. Paulo; 29/03
https://bit.ly/3wKB6vn