13/04/2022

De acordo com o Censo da Educação Superior realizado pelo Ministério da Educação, em 2019 havia 386.073 professores de ensino superior no Brasil. Destes, a maior parte – 209.670 – dava aulas em alguma das 1.993 faculdades, universidades ou centros universitários privados.

O que a pesquisa não mostra é a situação que estes profissionais têm enfrentado no dia a dia da profissão: baixíssimos salários, assédio constante, insegurança, superlotação de salas de aula, falta de condições de trabalho, entre outras queixas.

A situação é tão grave que A. , uma docente com vinte anos de profissão, afirmou que durante todo esse período em uma só instituição ela jamais conseguiu ter um plano de carreira: “Estou escondendo da faculdade em que trabalho que estou fazendo doutorado, pois corro o risco de ser mandada embora”. O nome de A. bem como a instituição em que trabalha e a cidade em que reside foram omitidos no texto a pedido dela e dos outros profissionais ouvidos, tamanho o nível de perseguição a que professores e professoras estão sujeitos em seus empregos atualmente.

Com um mercado cada vez mais dominado por grandes grupos educacionais – alguns com capital aberto na bolsa de valores – os professores passaram a ser vistos como “colaboradores” e os estudantes como “clientes”, explica A.. E com isso, o principal foco das universidades deixou de ser o ensino e passou a ser o lucro. “É como se essas instituições vendessem o diploma por carnê”, explica J. um professor com quatro anos e meio de experiência em docência no ensino superior privado.

Recontaí; 11/04
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