06/10/2021

Na promulgação da Constituição de 1988, que nesta terça-feira (5) completou 33 anos, ficou marcado o discurso de 10 minutos do deputado Ulysses Guimarães sobre “ódio e nojo” à ditadura, que terminara formalmente em 1985. “A sociedade é Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram.” Um relatório confidencial, revelado pelo pesquisador e professor Lucas Pedretti, mostra que o Exército considerou aquelas palavras “inoportunas, equivocadas e deselegantes”. Passadas três décadas, o país ainda vê sucessivos ataques à Carta, críticas aos direitos nela contidos e ainda tentativas de “esquecimento” histórico. Hoje, o país tem à frente um defensor do autoritarismo e fã de torturador.

Dois dias atrás, por exemplo, o ex-secretário nacional de Justiça e ex-presidente da Comissão de Anistia Paulo Abrão lamentou declaração da atual ministra Damares Silva: “Anistia significa esquecimento”.

O governo vem na contramão da busca por memória e reparação dos atos cometidos durante o período de exceção. “Pela primeira vez um governo eleito rompe com o processo de reconciliação nacional da transição democrática no Brasil, nega e impede efetivar os direitos das vítimas da ditadura. Estão contra a Constituição e o Direito Internacional. Anistia é memória e reparação. É muito grave”, afirmou.

Rede Brasil Atual; 05/10
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