18/06/2021

Por Vinicius Torres Freire: “A medida provisória de privatização da Eletrobras, tal como aprovada na Câmara, é uma maracutaia patrimonialista, uma indecência e vai criar um frankenstein, uma empresa privada sujeita a restrições estatais, criadas por uma série de jabutis, emendas sem relação com o assunto da MP, aprovadas pelos deputados.

Foi o que disse nesta quarta-feira (16) o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), empresário favorável a privatizações, fundador do Grupo Positivo (educação, editoras e informática), controlado pela sua família. Na juventude, foi militante marxista preso pela ditadura militar.

Guimarães foi um dos tantos senadores que discursaram pela derrubada do texto da Câmara, caso não sejam podados pelo menos os jabutis. Ainda que se faça a poda, a Câmara governista disse que recolocaria os jabutis na árvore da privatização da Eletrobras, o que irritou os senadores.

Como Paulo Guedes quer uma privatização para chamar de sua, pois a desestatização é um fracasso até agora, o governo apoia o que o senador chamou de maracutaia patrimonialista.

Além de dirigistas, os jabutis bagunçam o planejamento da expansão (indicado por órgãos de governo), a regulação do setor (tocado por agências estatais ou quase isso) e criam incertezas. Enfim, essas medidas, dizem os grandes consumidores de energia (indústria, grosso modo), podem ainda encarecer a conta de luz e a produção industrial em dezenas de bilhões de reais. O governo contesta a conta, mas não detalhou as suas”.

Folha de S. Paulo; 17/06
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