29/03/2022

Antes de Milton Ribeiro, o último ministro ficou apenas cinco dias no cargo: Carlos Decotelli, nomeado em junho de 2020, pediu demissão quando vieram à tona denúncias de irregularidades em seu currículo lattes, desde acusações de plágio em sua produção acadêmica até questionamentos aos títulos que ele dizia ter.

Antes de Decotelli, o titular do MEC foi Abraham Weintraub, um dos ministros mais beligerantes do governo Bolsonaro e que ficou pouco mais de um ano no cargo.

Próximo dos filhos do presidente e popular entre a militância bolsonarista, Weintraub deixou o cargo após a escalada da crise causada por suas declarações contra ministros do STF. A declaração que detonou essa crise ocorreu naquela reunião ministerial de 22 de abril de 2020, que foi tornada pública por ordem judicial: “‘Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

O primeiro ministro da Educação sob Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, foi demitido em abril de 2019, pouco mais de um ano depois de assumir.

Vélez havia proposto revisões polêmicas em livros didáticos, propondo mudar a forma como o golpe de 1964 e a ditadura militar eram ensinados. Também pediu que as escolas filmassem as crianças cantando o hino nacional, e recuou depois que emergiu a preocupação com a privacidade dessas crianças.

O que derrubou o ministro, colombiano naturalizado brasileiro, foi uma disputa de poderes dentro do Ministério da Educação, entre as alas militares e ideológica – esta última ligada ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho, morto em janeiro deste ano.

Folha de S. Paulo; 27/03
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